sábado, 13 de novembro de 2010

JOÃO CABRAL DE MELO NETO



O poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto é sempre tratado como um escritor frio e racional que escreve versos secos. Ao longo da vida, João Cabral se empenhou em reforçar essa imagem de poeta da razão, aceita sem restrições pelos críticos das mais diversas linhagens teóricas.'O homem sem alma', ensaio biográfico assinado pelo jornalista José Castello, tenta desmentir esse 'retrato oficial' do autor de Morte e vida Severina. O livro é resultado de cerca de trinta horas de entrevistas com o poeta, que Castello realizou ao longo do ano de 1991. A meio caminho entre o ensaio e a biografia, o autor traça um retrato do poeta-viajante, diplomata de profissão, que depois de se tornar vice-cônsul do Brasil em Barcelona, em 1947, até se aposentar em 1990, viveu em nove países e escreveu a parte mais importante de sua poesia sempre em trânsito. Castello joga com o sobrenome Cabral para mostrar o poeta como um descobridor. Só que, ao contrário do português Pedro Álvares, João Cabral saiu do Brasil para descobrir o mundo e fez suas viagens armado unicamente da poesia.

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