segunda-feira, 15 de novembro de 2010

DALTON TREVISAN



Nelsinho é o protagonista dos contos. É o vampiro literário. Um curitibano que segue, persegue e
assedia velhinhas, senhoras respeitáveis e carentes; virgens e prostitutas, agoniado e indeciso entre aquele
que “molha o lábio com a ponta da língua para ficar mais excitante”, a viúva toda de preto com joelho
“redondinho de curva mais doce que o pêssego maduro”, a casadinha que vai às compras e a normalista.
Nelsinho é um caçador implacável – por amor de todas as mulheres um
sedutor ávido, incorrigível, de
reputação; de prestígio, autoestima
sexual. Segue a presa até a exaustão; quase sempre é bem sucedido.
A interpretação para vampiro se reflete na dialética do perseguidorperseguido,
do devoradordevorado
no
jogo do desejo e da realização amorosa. O vampiro representa o apetite de viver o ato libidinoso, que
renasce tão logo é saciado.

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